quarta-feira, 9 de abril de 2008
Crítica de cinema: Apenas uma vez
"Apenas uma vez" segue a trilha dos belíssimos "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr do sol": a narrativa de um encontro.
É de encontros que é feita a vida, diria Vinícius. Em cartaz em Salvador, o vencedor do oscar de melhor música original (2006) "Once", do irlandês John Carney narra, de forma despretensiosa, o encontro entre um jovem músico de rua e uma vendedora de flores, na noite de Dublin.
Como nos já clássicos Antes do Amanhecer e em Antes do Pôr do Sol, de Richard Linklate, importa ao filme o momento como ele é, independente da conseqüência eventual que aquele encontro trará. Mas em "Apenas uma vez", que faz a opção pela música em vez dos diálogos de Linklate, o passado e o presente importam, e são trazidos pelos personagens inominados através da palavra. Cada um tem sua história, e o próprio encontro entre os dois, de algum modo, é resultado das vivências do passado e servirá para retomada dessas próprias histórias pretéritas.
Mas o momento é vivido e narrado, e passa a existir na vida dos protagonistas, independente do futuro (ou melhor, do não-futuro). "Apenas uma vez" trata de uma história concluída entre duas pessoas, que vivem um momento e seguem as suas trajetórias individuais. O enredo não é o mais original, mas sensibiliza na medida em que vivemos na expectativa ansiosa pelo futuro, e pelo que cada relacionamento poderá gerar. Em "Apenas uma vez", o encontro entre "the guy" e "the girl" não dá em nada. Apenas em uma lembrança, um CD e um bom filme.
Tratar de um musical e não falar da trilha sonora é impossível. Priorizei a história à música pela seguinte razão: o indie rock do grupo irlandês The Frames é simpático, mas a música não exerce papel importante na narrativa. Pelo contrário, às vezes soa excessiva. Isso, contudo, não desmerece o trabalho de John Carney: Apenas uma Vez vale a pena ser visto, e ouvido.
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Um comentário:
O filme não é bom,na minha opinião, porque passa o tempo todo dando a impressão de que algo vai acontecer e nada acontece...ou quase nada.
A história é sem graça e às vezes um pouco vazia até...
Não recomendo e só não fiquei mais desapontada por conta da trilha sonora, que é excelente.
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